Francisco Cândido Xavier

Dez apontamentos da paz

1.º — Aprenda a desculpar infinitamente para que os seus erros, à frente dos outros, sejam esquecidos e perdoados.

2.º — Cale-se, diante do escárnio e da ofensa, sustentando o silêncio edificante, capaz de ambientar-lhe a palavra fraterna em momento oportuno.

3.º — Não cultive desafetos, recordando que a aversão por determinada criatura é, quase sempre, o resultado da aversão que lhe impuseste.

Prece diante da manjedoura

Senhor,

Diante da Manjedoura em que nos descerras o coração, ensina-nos a abrir os braços para receber-Te.

Não nos relegues ao labirinto de nossas ilusões, nem nos abandones ao luxo de nossos problemas.

Vimos ao Teu encontro, cansados de nossa própria fatuidade.

Sol da Vida, não nos confies às trevas da morte.

Fortalece-nos o bom ânimo.

Reaviva-nos a fé.

Induze-nos à confiança e à boa vontade.

Com Jesus

Com Jesus, a vida adquire novo sentido.

A dificuldade se faz bênção.

Dor é alegria.

Tristeza é a véspera da consolação.

A luta construtiva produz a tranquilidade da consciência.

Trabalho é condição de felicidade.

A sombra é a fonte da luz.

A lágrima é pérola do sentimento.

Desprendimento é o caminho da posse verdadeira.

Renúncia é aquisição.

Sacrifício é a estrada para as alturas.

No Natal

É inútil que se apresente Jesus como filósofo do mundo.

O Mestre não era um simples reformador.

Nem a sua vida constituiu um fato que só alcançaria significação depois de seus feitos inesquecíveis, culminantes na cruz.

Jesus Cristo era o esperado.

Pela sua vinda, numerosas gerações choraram e sofreram.

A chegada do Mestre foi a Bênção.

Os que desejavam caminhar para Deus alcançavam a Porta.

O Velho Testamento está cheio de esperanças no Messias.

Nas orações de Natal

REMEMORANDO o Natal, lembremo-nos de que Jesus é o Suprimento Divino à Necessidade Humana.

Para o sofrimento, é o Consolo;

Para a aflição, é a Esperança;

Para a tristeza, é o Bom Ânimo;

Para o desespero, é a Fé Viva;

Para o desequilíbrio, é o Reajuste;

Para o orgulho, é a Humildade;

Para a violência, é a Tolerância;

Para a vaidade, é a Singeleza;

Para a ofensa, é a Compreensão;

Para a discórdia, é a Paz;

Algo mais no Natal

Senhor Jesus!

Diante do Natal, que te lembra a glória na manjedoura, nós te agradecemos:

a música da oração;

o regozijo da fé;

a mensagem de amor;

a alegria do lar;

o apelo à fraternidade;

o júbilo da esperança;

a bênção do trabalho;

a confiança no bem;

o tesouro de tua paz;

a palavra da Boa Nova,

e a confiança no futuro!…

Entretanto, ó Divino Mestre!

Silêncio e Gentileza

 

Feliz de ti se já compreendes o valor do silêncio.

Entretanto, se já fizeste semelhante aquisição, não censures os companheiros que ainda não se desvencilharam do hábito de falar demasiadamente.

Escuta-os com gentileza e bondade.

É possível que, através deles, venhas a obter, sem pedir, valiosos informes que se relacionam com a tua própria paz.

 

Cortesia

 

Toda ciência, decerto, demanda ensaio e preparação.

É assim que a arte de amar ao próximo exige começo adequado.

Reportemo-nos à cortesia, como sendo a iniciação do amor puro.

Nem sempre serás impelido aos grandes testemunhos de sacrifício público, todavia onde estiveres, a cada momento, serás requisitado pela bondade.

No lar e fora dele, em todos os instantes, és naturalmente intimado à compreensão e ao entendimento, à afabilidade e ao auxílio.

A Chave de Luz

 

Lembra-te de que ninguém avança sem companhia.

Toda obra pede auxílio e cooperação.

A árvore protege a fonte, tanto quanto a fonte alimenta a árvore.

O pão que extingue a fome é filho da compaixão do solo que nutriu a semente, da renúncia da semente que germinou para o sol e da força do sol que amparou a terra obscura e sustentou a semente frágil.

Assim também, vida afora, nas empresas que o mundo te conferiu, não prescindirás de braços amigos que te estendam socorro e fraternidade.

Oração da Criança

 

Amigo:

Ajuda-me agora, para que eu te auxilie depois.

Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância ou à crueldade.

Venho ao encontro de tua aspiração, do teu convívio, de tua obra…

Em tua companhia estou na condição da argila nas mãos do oleiro.

Hoje, sou sementeira, fragilidade, promessa…

Amanhã, porém, serei tua própria realização.

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