Francisco Cândido Xavier

Dia de Deus

Pensando em Deus, pensa igualmente nos homens, nossos irmãos.

Detém-te, de modo especial, na simpatia e no amparo possível, em favor daqueles que se fizeram
pais ou tutores.

As mães são sempre revelações angélicas de ternura, junto aos sonhos de cada filho, mas é preciso não esquecer que os pais também amam.

Anjos conhecidos

Há guardiães espirituais que te apoiam a existência no Plano físico e há tutores da alma que te protegem a vida mesmo na Terra.

Amor sempre

Que faremos da caridade, quando todas as questões econômicas forem resolvidas? Esta é a indagação que assinalamos, todos nós muitas vezes.

Muitos acreditam que a solução de semelhantes problemas autorizaria a demissão da sublime virtude das empresas e encargos pelos quais se responsabiliza ela no mundo.

Entretanto, a cooperação do dinheiro sempre indispensável no sustento das boas obras, é apenas um ângulo da beneficência na Terra.

A luz Inextinguível

Permaneces no campo da experiência humana, em plena atividade transformadora.

Todas as situações de que te envaideces, comumente, são apenas ângulos necessários mas instáveis de tua luta.

A fortuna material, se não a fundamentas no trabalho edificante e contínuo, é patrimônio inseguro.

A família humana, sem laços de verdadeira afinidade espiritual, é ajuntamento de almas, em experimentação de fraternidade, da qual te afastarás, um dia, com extremas desilusões.

A caridade nunca falha

Quem escolhe intenções elevadas no desempenho de sua atividade, jamais esbarra em fracasso.

Quem perdoa de coração qualquer ofensa, não aloja o arrependimento no íntimo.

Quem se vê incompreendido ao elaborar o ato digno, recebe em seu favor a compreensão da Misericórdia de Cima.

Quem visa o interesse do próximo na obra em curso, somente descobre motivos para confiar no próprio êxito.

Quem estuda para ajudar a outrem com o facho do conhecimento, invariavelmente alcançará o aprendizado.

A caridade

A caridade é o amor divino nas suas mais excelsas manifestações. É a seara magnificente das bênçãos dulcificantes de Deus.

“Fora da caridade não há salvação” — eis o augusto frontispício desta grandiosa doutrina que é o Espiritismo e que será futuramente a filosofia universal. E o será, porque a sua base indestrutível apoia-se sobre essa virtude deificada, a maior de todas as virtudes! Será a mais sublime das religiões, porque é fundada sobre os ensinamentos do Cristo, interpretados fielmente pelos mensageiros da verdade, que são os espíritos do Senhor!

Aprendendo com a natureza

Sem aproveitar o concurso daqueles que nos ferem, não conseguiríamos satisfazer aos impositivos da evolução.

O ensinamento do Mestre, no que tange à tolerância e ao amor para com os adversários, é lição viva nas esferas mais simples da Natureza.

Vejamos, por exemplo, a história breve do pão que enriquece a vida. 

Se a semente não suportasse a terra que a asfixia, não teríamos a germinação promissora. 

Ouvindo a Natureza

Em todos os ângulos da Vida Universal, encontramos, patentes, os recursos infinitos da Sabedoria Divina.

A interdependência e a função, a disciplina e o valor são alguns aspectos simples da vida dos seres e das cousas.

Interdependência — a vida vegetal vibra em regime de reciprocidade com a vida animal. 

A laranjeira fornece oxigênio ao cavalo e o cavalo cede gás carbônico à laranjeira.

Função — o fruto é o resultado principal da existência da planta. 

Bens da Vida

Todos os bens do Universo essencialmente pertencem a Deus que no-los empresta, — a nós criaturas de Seu Infinito Amor, — para que venhamos a assimilar com eles os valores da evolução. 

Bens que foram estabelecidos para a segurança de todos. Talentos que se destinam a engrandecer a vida em todas as direções.

Toda vez, portanto, em que nos apropriamos indebitamente do supérfluo, abraçando as sugestões do abuso e da violência, geramos perturbações e desastres que carreiam consigo o jugo asfixiante da provação.

Aprenda com a Natureza

Resplandece o Sol no alto, a fim de auxiliar a todos. 

As estrelas agrupam-se em ordem. 

O céu tem horários para a luz e para a sombra. 

O vegetal abandona a cova escura, embora continue ligado ao solo, buscando a claridade, a fim de produzir. 

O ramo que sobrevive à tempestade cede à passagem dela, mantendo-se, não obstante, no lugar que lhe é próprio. 

A rocha garante a vida no vale, por resignar-se à solidão. 

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