Francisco Cândido Xavier

O Evangelho e a Mulher

 

"Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. 
Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo." – Paulo (Efésios, 5:28)

Beneficência e Justiça

 

Examinando a beneficência, reflitamos na Justiça que a vida nos preceitua ao senso de relações.

Sem ela, é possível que os melhores empreendimentos sofram a nódoa de velhas mentiras crônicas em nome da gentileza.

Atravessas escabrosas necessidades materiais e, claro, te alegras ante o auxílio conveniente, mas se a cooperação chega marcada pelo manifesto desprezo dos que te ajudam com displicência, como se desfizessem de um peso morto, estarias mais contente se te deixassem a sós.

Ainda

 

Efetivamente, você ainda não resplandece tanto quanto a luz, mas pode ascender uma vela, afastando as sombras.

Não atingiu ainda os mais altos graus de sabedoria, no entanto, nada lhe impede articular uma frase de encorajamento, em auxílio dos que sofrem.

Não possui ainda a paz invariável, entretanto, você detém a possibilidade de fazer silêncio sobre o mal, a fim de que o mal se transforme no bem, dentro do menor prazo possível.

Não conquistou ainda a alegria permanente, todavia, consegue endereçar um sorriso de simpatia aos que necessitam de esperança.

Pensa em Deus

 

Muitas são as calamidades que assolam ainda o mundo.

Entretanto, pensa em Deus quando o pessimismo te fale em destruição.

O Criador deixa ao Homem a liberdade de pensar com a obrigação de colher os frutos das sementes que haja plantado em suas escolhas e, por isso mesmo, ante as provações coletivas que o Homem venha a suscitar, a própria Divina Providência o auxilia a atenuá-las ou suprimi-las, pouco a pouco.

Na vida individual, porém, a Presença Divina é mais perceptível ao coração acordado na fé.

Saibamos recordar.

Carta de Ano Novo

 

Ano Novo é também a renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

*

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

*

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

*

Inverno

"Procura vir antes do inverno." - Paulo. (II TIMÓTEO, 4:21.)

Claro que a análise comum deste versículo revelará a prudente recomendação de Paulo de Tarso para que Timóteo não se arriscasse a viajar na estação do frio forte.

Na época recuada da epístola, o inverno não oferecia facilidades à navegação. É possível, porém, avançar mais longe, além da letra e acima do problema circunstancial de lugar e tempo.

Mobilizemos nossa interpretação espiritual.

Inspiração do Natal

 

Ouves a música do Natal e sentes que o coração se transforma numa concha de alegrias e lágrimas.

É a luz do passado que te retoma o caminho e, com ela, reencontras Jesus na tela das emoções mais íntimas.

“Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra!...”

Diante de cada nota da inolvidável melodia, tornas ao regaço do lar, pelos prodígios da memória, revendo particularmente os que te amaram, com quem não podes trocar, de imediato, o abraço do carinho aconchegante...

A Criança

 

A criança é o dia de amanhã, solicitando-nos concurso fraternal.

Planta nascente — é a árvore do futuro, que produzirá, segundo o nosso auxílio à sementeira.

Livro em branco — exibirá, depois, aquilo que lhe gravarmos nas páginas agora.

Luz iniciante — brilhará no porvir, conforme o combustível que lhe ofertarmos ao coração.

Barco frágil — realizará a travessia do oceano encapelado da Terra, de acordo com as instalações de resistência com que lhe enriquecemos a edificação.

 

A Mensagem da Rocha

 

  O homem caído em fundo desalento,

  Perante imensa dor, cruelmente sofrida,

  Fora ao topo da rocha, a passo triste e lento,

  Desejando escapar às lágrimas da vida.

 

  Sentia-se cansado, em abalo profundo,

  E queria fugir, ante as provas do mundo…

 

  Mais de trezentos metros… E atingira

  O ápice da altura

  De que estava à procura

  Para a queda fatal;

 

  Mas enquanto antevia o momento final,

  Fitando enorme abismo, a esperá-lo em silêncio,

Ante o suicídio

Se a ideia do suicídio alguma vez te visita o pensamento, reflete no infortúnio de alguém que haja tentado inutilmente destruir a si mesmo, quando pela própria imortalidade, está claramente incapaz de morrer.

Na hipótese de haver arremessado um projétil sobre si, ingerido esse ou aquele veneno, recusado a vida pelo enforcamento ou procurado extinguir as próprias forças orgânicas por outros meios, indubitavelmente arrastará consigo as consequências desses atos, a se lhe configurarem no próprio ser, na forma dos chamados complexos de culpa.

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