Francisco Cândido Xavier

A Bênção Divina

 

O pão é a bênção da sementeira.

O progresso é a bênção do trabalho.

A ordem é a bênção da disciplina.

O conhecimento é a bênção do estudo.

A realização nobre é a bênção do esforço digno.

A cooperação é a bênção do entendi mento.

A experiência é a bênção do trabalho.

A simpatia é a bênção da gentileza.

O discernimento é a bênção do raciocínio.

A coragem é a bênção da confiança.

O respeito conquistado é a bênção do dever bem cumprido.

A oração é a bênção da fé.

Indicações da Paz

 

Provável não consigas ser feliz, de imediato, no entanto, não menosprezes a paz que, desde agora, podes usufruir.

Agitação e barulho talvez te cerquem, por todos os lados, entretanto, ainda assim, se o desejas, consegues ser a ilha da tranquilidade, onde possas recolher as mais nobres inspirações da Vida Superior.

Simplifica os próprios hábitos, a fim de liquidar as inquietações.

Sem deixar as atividades que te competem, ama o lugar que a Divina Providência te concedeu para servir, sem ambicionar o degrau dos outros.

Aprendendo com a Natureza

 

Sem aproveitar o concurso daqueles que nos ferem, não conseguiríamos satisfazer aos impositivos da evolução.

O ensinamento do Mestre, no que tange à tolerância e ao amor para com os adversários, é lição viva nas esferas mais simples da Natureza.

Vejamos, por exemplo, a história breve do pão que enriquece a vida.

Se a semente não suportasse a terra que a asfixia, não teríamos a germinação promissora.

Se a plantinha tenra não tolerasse a enxada que lhe garante a limpeza, embora, por vezes, dilacerando-lhe as folhas, não conseguiríamos a floração.

Perdão e Vida

 

Perdão é requisito essencial no erguimento da libertação e da paz.

Habituamo-nos a pensar que Jesus nos teria impulsionado a desculpar “setenta vezes sete vezes” unicamente nos casos de ofensa à dignidade pessoal ou nas ocorrências do delito culposo, entretanto, o apelo do Evangelho nos alcança em áreas muito mais extensas da vida.

Compaixão em Família

 

“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e, principalmente, dos da sua família, negou a fé…”
PAULO (1 Timóteo, 5.8)

São muitos assim.

Descarregam primorosa mensagem nas assembleias, exortando o povo à compaixão; bordam conceitos e citações, a fim de que a brandura seja lembrada, entretanto, no instituto doméstico, são carrascos de sorriso na boca.

Traçam páginas de subido valor, em honra da virtude, comovendo multidões; mas não gravam a mínima gentileza nos corações que os cercam entre as paredes familiares.

Família

 

De todas as associações existentes na Terra — excetuando naturalmente a Humanidade —nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a constituição da família.

De semelhante agremiação, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos vínculos do afeto, surge o lar, garantindo os alicerces da civilização. 3 Através do casal, aí estabelecido, funciona o princípio da reencarnação, consoante as Leis Divinas, possibilitando o trabalho executivo dos mais elevados programas de ação do Mundo Espiritual.

Homens de Fé

 

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei
ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” — JESUS (Mateus, 7.24)

Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.

Decálogo do bom-ânimo

 

1 — Dificuldades?

  Não perca tempo, lamuriando.

  Trabalhe.

 

2 — Críticas?

  Nunca aborrecer-se com elas.

  Aproveite-as no que mostrem de útil.

 

3 — Incompreensões?

  Não busque torná-las maiores, através de exigências e queixas.

  Facilite o caminho.

 

4 — Intrigas?

  Não lhes estenda a sombra.

  Faça alguma luz com o óleo da caridade.

 

5 — Perseguições?

  Jamais revidá-las.

  Perdoe esquecendo.

 

6 — Calúnias?

No Plano Carnal

 

Isolado na concha milagrosa do corpo, o Espírito está reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários.

A esfera sensorial funciona, para ele, à maneira de câmara abafadora.

Visão, audição, tato, padecem enormes restrições.

O cérebro físico é um gabinete escuro, proporcionando-lhe ensejo de recapitular e reaprender.

Conhecimentos adquiridos e hábitos profundamente arraigados nos séculos aí jazem na forma estática de intuições e tendências.

E o Adúltero?

 

E, pondo-a no meio, disseram-lhe: mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.

(João, 8:4)

 

O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve considerações muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver o mal nos semelhantes, sem enxerga-lo em si mesmo.

Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do errôneo conceito de adultério unilateral.

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