Emmanuel

No limiar de novo berço

Transposto o grande portal do túmulo nossa alma padece, quase sempre, arrependida e enlutada, a revisão dos próprios erros.

Aqui, surgem na imaginação superexcitada a sombra de clamorosos pesares ante a deserção do dever que nos pedia renúncia, em troca da vitória espiritual.

Adiante, aflitivos remorsos nos aguardam, irredutíveis, perante a bagagem enorme dos males que semeamos.

O evangelho e a mulher

“Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” — Paulo. (EFÉSIOS, 5.28)

 

Especialmente à mulher

Homem e mulher guardam idênticos direitos perante as Leis da Vida.

E ambos, análogas características de imortalidade; nos dois, os mesmos atributos do Espírito eterno.

Entretanto, a Sabedoria da Criação entregou à mulher as chaves da vida. Com ela, a repetição do 

berço, nos prodígios do renascimento.

O homem dominará a natureza, erguerá impérios, influenciará povos ou marcará época; no entanto a 

humanização de tudo isso pertence à mulher que o embala nos vínculos de sua própria renovação.

Em oração

Senhor Jesus!

Esta é a casa em que nos honorificas a confiança, permitindo-nos cooperar contigo no serviço aos semelhantes, em favor de nós mesmos.

Faze-nos sentir que nos concedes aqui um educandário da alma, em função de nosso próprio burilamento para a imortalidade vitoriosa.

Ilumina-nos o entendimento, a fim de que possamos discernir os teus desígnios de nossos desejos.

Na tarefa da paz

“… A minha paz vos dou…” — JESUS (João, 14.27)

 

Todos ambicionam a paz. Raros ajudam-na.

Que fazes por sustentá-la?

Recorda que a segurança dos aparelhos mais delicados depende, quase sempre, de parafusos pequeninos ou de junturas inexcedivelmente singelas.

Não haverá tranquilidade no mundo, sem que as nações pratiquem a tolerância e a fraternidade.

E se a nação é conjunto de cidades, a cidade é um agrupamento de lares, tanto quanto o lar é um ninho de corações.

Prece diante da manjedoura

Senhor,

Diante da Manjedoura em que nos descerras o coração, ensina-nos a abrir os braços para receber-Te.

Não nos relegues ao labirinto de nossas ilusões, nem nos abandones ao luxo de nossos problemas.

Vimos ao Teu encontro, cansados de nossa própria fatuidade.

Sol da Vida, não nos confies às trevas da morte.

Fortalece-nos o bom ânimo.

Reaviva-nos a fé.

Induze-nos à confiança e à boa vontade.

Com Jesus

Com Jesus, a vida adquire novo sentido.

A dificuldade se faz bênção.

Dor é alegria.

Tristeza é a véspera da consolação.

A luta construtiva produz a tranquilidade da consciência.

Trabalho é condição de felicidade.

A sombra é a fonte da luz.

A lágrima é pérola do sentimento.

Desprendimento é o caminho da posse verdadeira.

Renúncia é aquisição.

Sacrifício é a estrada para as alturas.

No Natal

É inútil que se apresente Jesus como filósofo do mundo.

O Mestre não era um simples reformador.

Nem a sua vida constituiu um fato que só alcançaria significação depois de seus feitos inesquecíveis, culminantes na cruz.

Jesus Cristo era o esperado.

Pela sua vinda, numerosas gerações choraram e sofreram.

A chegada do Mestre foi a Bênção.

Os que desejavam caminhar para Deus alcançavam a Porta.

O Velho Testamento está cheio de esperanças no Messias.

Algo mais no Natal

Senhor Jesus!

Diante do Natal, que te lembra a glória na manjedoura, nós te agradecemos:

a música da oração;

o regozijo da fé;

a mensagem de amor;

a alegria do lar;

o apelo à fraternidade;

o júbilo da esperança;

a bênção do trabalho;

a confiança no bem;

o tesouro de tua paz;

a palavra da Boa Nova,

e a confiança no futuro!…

Entretanto, ó Divino Mestre!

Silêncio e Gentileza

 

Feliz de ti se já compreendes o valor do silêncio.

Entretanto, se já fizeste semelhante aquisição, não censures os companheiros que ainda não se desvencilharam do hábito de falar demasiadamente.

Escuta-os com gentileza e bondade.

É possível que, através deles, venhas a obter, sem pedir, valiosos informes que se relacionam com a tua própria paz.

 

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