“Honrai o rei.” — (1 Pedro, 2:17)
O Espírito desprevenido que lesse superficialmente a recomendação de Pedro, talvez fosse induzido a inferiores considerações.
Não seria manifestação servil do apóstolo, recomendar os príncipes do mundo ao respeito dos aprendizes do Evangelho? Não seria expressão de medo, o propósito de cativar a atenção de dominadores da Terra?
Entretanto, aquele Simão muito amado, cheio da luz do Pentecostes, escreveu a pequenina indicação, evidenciando sabedoria divina.
Dos cooperadores de Jesus na Terra, os que governam ou administram são os que mais requisitam auxílio e compreensão. Esses homens representativos padecem de certas necessidades espirituais, terríveis e dolorosas.
Possuem críticos exigentes, desde o lar onde respiram ao ponto mais afastado da sua zona de iluminação e bajuladores insidiosos que os rodeiam por cálculo, sempre atentos aos interesses inferiores. Raramente têm amigos visíveis.
Pedro foi filósofo profundo nesse pedido à cristandade. Não recomenda servilismo, nem perda da personalidade no esforço da obediência. Pede respeito simplesmente, porque sabia que o administrador da Terra não pode atender ao próprio trabalho, sem que os subordinados cumpram o dever que lhes compete em particular. Quem respeita, compreende e coopera.
Em verdade, os príncipes do mundo, em grande parte, esqueceram as obrigações e desencadeiam lutas ferozes da tirania e da ambição, mas não podemos esquecer que os seus tutelados, quase sempre se converteram, em fiscais impiedosos e aduladores sem consciência.
Honra aqueles que o Senhor te deu por superiores hierárquicos, quanto seja possível e justo.
Não condenes, nem bajules. Honra-os, cumprindo o seu dever no plano geral do serviço.
Se deves amar e proteger a todos os seres que se colocam em posição inferior ao teu nível evolutivo, porque menosprezar os que vivem acima de tua possibilidade ou de tua cabeça?