A publicação de O Livro dos Espíritos representou o cumprimento da palavra de Jesus, registrada no capítulo XIV das anotações do evangelista João, prometendo-nos outro Consolador, que nos ensinaria todas as coisas e far-nos-ia recordar tudo o que Ele nos dissera. A manhã parisiense de 18 de abril de 1857, um luminoso sábado primaveril, foi testemunha do acontecimento espiritual mais importante do século XIX, ocorrido nas dependências da livraria Dentu, situada na Galérie d’Orleans, 13, no Palais-Royal – o lançamento da primeira edição de Le Livre des Espirits, por Allan Kardec, contendo os princípios da Doutrina Espírita. Os mil e duzentos exemplares da obra, que continha 501 questões dispostas em colunas, esgotaram-se em pouco tempo. A segunda edição – a definitiva –, inteiramente refundida e consideravelmente aumentada pelo Codificador, surgiu quase três anos depois, em 18 de março de 1860, lançada pelos editores Didier et Cie., na mesma Galérie d’Orleans. Estava consolidado o marco inicial do Espiritismo, que veio trazer aos homens a mensagem da transformação moral como base da nova civilização do Terceiro Milênio, em que, sob a égide do Cristo de Deus, haverão de se “reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade”, consoante afiançaram os Espíritos Superiores.