A discussão sobre a acessibilidade dos surdos nas Casas Espíritas ganhou importante reforço. O Grupo de Estudos Surdos Espíritas (GES) promoveu o I Seminário de Estudos Surdos Espíritas, cuja realização se deu nos dias 21 e 22 de outubro, sendo que o primeiro dia foi realizado na Sede Federativa da União Espírita Mineira (UEM), em Belo Horizonte.
O encontro contou com mais de 150 participantes de Minas Gerais e de várias partes do Brasil, entre surdos e ouvintes, para refletir sobre acessibilidade e inclusão nas instituições espíritas e aprender mais sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O Presidente do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla (Gfeis) de Belo Horizonte, Antônio Carmo Rubatino, destacou a importância do evento e de se trabalhar a acessibilidade aos surdos no Movimento Espírita.
“Estamos conseguindo incluir irmãos muito queridos com esse movimento, que é pioneiro através do Gfeis, porque sempre acreditamos ser possível proporcionar um horizonte maior de conhecimento, de abrangência da Doutrina Espírita, sem distinção. Há alguns anos, estamos fazendo essa prática da comunicação com a comunidade surda através do Grupo de Estudos e de uma reunião pública semanal com tradução em Libras, linguagem que lhes é própria, e que contempla o Espiritismo”, explicou Rubatino.
Para o Presidente da União Espírita Mineira e COFEMG, Henrique Kemper, esse trabalho é muito importante e já sensibilizou as Federativas Estadual e Nacional para apoiá-lo e propagá-lo sem restrições. “A inclusão será a luz que vai brilhar em todo o Brasil, pois, o Presidente da Federação Espírita Brasileira assinou acordo conosco verbalmente - e no nosso meio isso basta - comprometendo-se a nos apoiar na ampliação da inclusão dos surdos dentro do Movimento Espírita. E para que isso ocorra naturalmente, é preciso que nos dediquemos bastante, pois, há companheiros nossos que frequentam as Casas Espíritas e não têm o amparo de que necessitam”, ponderou.
Reforçando as palavras dos dois dirigentes, o Presidente da Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte (AME-BH) e 10º Conselho Regional Espírita (CRE), Itamar Morato, também destacou a importância do trabalho. “É fundamental, porque proporcionará aos irmãos surdos serem acolhidos como qualquer irmão ouvinte, e o Grupo Scheilla nos chamou a atenção para essa questão. Dessa forma, teremos oportunidade de divulgar a acessibilidade em escala nacional e permitir que mais tarefeiros se envolvam nessa área, cuja demanda só vem aumentando”, resumiu.
O Seminário teve, ainda, a realização de palestras, intervenções artísticas com grupos de mocidades espíritas, e oficinas. Foi realizado pelo Grupo de Estudos Surdos Espíritas (GES), Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla (Gfeis), Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte (AME-BH) e 10º Conselho Regional Espírita (CRE), com o apoio da Federação Espírita Brasileira (FEB), União Espírita Mineira (UEM) e Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais (COFEMG).
DICIONÁRIO EM LIBRAS
Durante o I Seminário de Estudos Surdos Espíritas, foi apresentado o projeto do primeiro Dicionário Espírita em Libras, que já está em fase de desenvolvimento pelo GES e será disponibilizado futuramente ao Movimento Espírita. A proposta visa reunir em uma plataforma palavras e verbetes espíritas em texto escrito e com tradução em Libras, através de vídeos gravados por intérpretes, além de citações evangélicas para dar mais referência aos termos escolhidos.
A intérprete em Libras há mais de 30 anos e coordenadora do GES, Heliane Alves de Carvalho, afirmou que trata-se de uma grande oportunidade para apresentar o fruto das pesquisas desenvolvidas e conscientizar sobre a importância da inclusão e a evangelização do público surdo. “É necessário oportunizar aos surdos acesso ao conteúdo espírita, pois eles possuem a mesma capacidade cognitiva e mental que qualquer pessoa ouvinte. Sua limitação de comunicação pode ser sanada com o auxílio da comunicação correta, no caso, a Libras e, por isso, estamos desenvolvendo o Dicionário Espírita em Libras, que já está em fase adiantada e esperamos sensibilizar e ampliar o nosso trabalho à mais e mais pessoas”, afirmou.
De acordo com Heliane, as pesquisas começaram no Grupo Scheilla em 2007, mas, diante da percepção da demanda e interesse em ampliar a acessibilidade, o GES foi criado em 2014, e oferece estudos e capacitação para formação de intérpretes em Libras para auxiliar nas Casas Espíritas e reuniões públicas.
SEMINÁRIO AO VIVO
O primeiro dia do Seminário foi transmitido ao vivo pelas redes sociais da União Espírita Mineira (YouTube e Facebook), pela FEBtv e pelo YouTube do Grupo Scheilla.
Você pode conferir a íntegra das transmissões dos trabalhos, realizados pela manhã e pela tarde, clicando nos links abaixo:
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