Cordel da Evangelização

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Vim de longe nesta noite

Das terras do meu sertão

Cantando com a voz do vento

Nas asas da imaginação

Trazendo este incentivo

Pra turma da evangelização.

 

Desconheço qual o intento

Na escolha deste trovador

Para as loas e agradecimentos

Ao nosso comum Criador,

Por esta festança alegre

E pela tarefa de Amor.

 

Mesmo com minha indigência

De amor e inteligência

Cá estou a cumprir meu dever.

É que esta alma pequena

Ensaiando voar nas alturas

Necessita obedecer.

 

Na minha terra aprendi

Um ditado bem popular

Só manda aquele que pode

Obedece quem juízo alcançar,

Pois cada qual com seu canto

E cada canto com seu lugar.

 

Isso é treino de disciplina

Em tudo que se fizer

E o Bem não é só dispor

Nem fazer o que se quer,

É dever de cumprir o roteiro

Que da Vida Maior vier.

 

Na vida do lado de cá

Nesta pátria espiritual

Obedecer é simples dever

Bem comum a cada qual,

Que deseja se candidatar

Para a vida eterna, ideal.

 

Junto a mim também das alturas

Nesta vida espiritualizada

Ecoam hosanas em vozes

Ao Senhor endereçadas,

Pela Campanha do Evangelho

Nos corações da meninada.

 

Deixai vir os pequeninos

À Boa Nova imortal

É convite do Mestre amado

Aos que na Terra são sal,

Para temperar os infantes

Na vivência de Sua moral.

 

Aos clarões da Nova Era

De renovações já presentes

Clamam os Céus por corações

Para serem seus agentes,

E se alinharem à Campanha

Do Evangelho permanente.

 

40 anos se comemora

Dessa Campanha Permanente

Vertida do Mundo Maior

Em favor de toda gente,

Seja idoso, jovem ou criança

Pois o Evangelho é permanente.

 

Não duvidem queridos ouvintes

Que nesta festa de alegria

Ternos amigos nos envolvem

Durante todo este dia,

Falando que a campanha é do Alto

É plano de Jesus e Maria.

 

Foram anos de muito trabalho

De experiências e labutas

Quando esforços, os mais ingentes

Se empregaram nessas lutas

Pela vitória do Bem

Não importando as custas

 

Lá do norte até o sul

Do Oiapoque até o Chuí

Falanges do Amor trabalham

Tanto aqui como aí

Sempre unidos no ideal

De ao Nosso Senhor servir.

 

Saibam ainda meus ouvintes

Que do leste ao pantanal

O mesmo labor fecundo

Se expressa sem igual,

E as crianças são chamadas

Ao Cristianismo atual.

 

Muitos  Joões  cooperaram

Como de praxe e de lei

E as Marias? Perdi a conta !

Quantas foram eu não sei,

Neste momento eu os saúdo

Em nome da amiga Meimei.

 

Relembro grandes tarefeiros

Que com amor e dedicação

Construíram nesta Casa

As rotas da Evangelização,

E os infanto-juvenis tiveram

Correta orientação.

 

Dona Iole e Lúcio de Abreu

Com Oswaldo e Dona Maria

Baluartes do Evangelho

Aqui serviram muito dias,

Ensinando a moral do Cristo

Aos guris com alegria.

 

Seus exemplos foram constantes

E embalaram nossa amizade

Formaram gerações futuras

E serviram em continuidade,

Exemplificaram nas suas vidas

O Amor e a Verdade.

 

Para esses queridos amores,

Deixamos nossos carinhos

Pois, amigos são como as flores

Que vicejam nos caminhos,

E em meio a tantas dores

Nunca nos deixam sozinhos.

 

Para esses queridos amores,

Deixamos nossos carinhos

Pois, amigos são como as flores

Que doam do seu perfume,

Como a luz doa seu lume

Afastando os nossos temores.

 

Para esses queridos amores,

Deixamos nossos carinhos

Pois, amigos são como as flores

De um ramalhete florido,

Mesmo com caule dorido

Alegram com seus favores.

 

Para esses queridos amores,

Deixamos nossos carinhos

Pois, amigos são como as flores

Dos canteiros de um jardim,

Enfeitam mesmo que assim

Não vejamos as suas cores.

 

Em nome deles saudamos

Os trabalhadores encarnados

Que se dedicam no esforço

De levar aos petizes amados,

O Evangelho de Jesus

E o Espiritismo, venerados.

 

Cooperar nesta tarefa

É tornar-se semeador

Que além de lançar as sementes

As prepara com muito amor,

Conscientes que os bons frutos

Da alçada são do Senhor.

 

A tarefa de semear

A mensagem do Mestre Jesus

No espírito dos pequeninos

Que a vida no-los conduz,

Nos impõe como postura

Os exemplos dessa Luz.

 

É viver na Vida Maior

Embora com os pés neste chão

Em tudo na vida encontrando

Motivos de satisfação,

Por glória ao Amor divino

Na prova e na expiação.

 

Calar ciúmes, opiniões,

E superar desentendimento

É dever de todo aquele

Que se lança ao Movimento,

De ser porta-voz de Jesus

Aos guris em contentamento.

 

Falar, brincar e cantar,

Tagarelando as Leis de Deus

Não basta para os que querem

Colaborar nos planos Seus,

Evangelizadores, tragam o Cristo

Nos próprios exemplos teus.

 

Um joguinho e uma história

Um cartaz e uma canção

São recursos importantes

Nas lides da evangelização,

Mas a essência pra meninada

É carinho, amor, atenção.

 

Evangelizar uma criança

É tornar-se criança também

É fazer-se bem pequenino

Nos transes da vida de aquém,

Preparando vitoriosa entrada

Na vida do Mais Além.

 

Meus queridos já vou seguindo

Mas deixo o meu jargão

O Espiritismo vai agindo

No imo de cada irmão,

Pois revive o Evangelho

De Jesus no coração.

 

Espiritismo muda a visão

De tudo que nos acontece

O que era fardo e maldição

Hoje não mais nos padece,

Se piorar a situação

Explica o valor da prece.

 

Faz ver na vida, queridos,

Do jeito que ela for

A oportunidade dos caídos

Se elevarem pelo Amor,

E se desde infantes aprendermos

Sofreremos menos com a dor.

 

Assim não mais se encontra

Motivos para lamentar

Pois desde cedo as crianças

Aprendem a se melhorar,

E neste caminho a verdade

É vida para a eternidade.

 

Trabalhemos sem cessar

Perseverando até ao fim

E convictos poderemos

Com Paulo dizer assim:

Não mais sou eu quem vivo

É o Cristo que vive em mim.

 

E para acabar agradecemos

Mas, não vamos dizer amém.

Vamos dizer somente até logo,

Até o ano que vem.