Era julho de 1869 – doze anos após a publicação de O Livro dos Espíritos – quando, em Salvador, na Bahia, era impressa e lançada a primeira publicação espírita brasileira e com idioma totalmente em português: O Écho d’Alêm-Túmulo – Monitor do Espiritismo no Brasil.
O periódico tinha como mentor o jornalista Luís Olympio Telles de Menezes, era bimestral e contava com 56 páginas cada edição. Foi pioneiro na imprensa espírita brasileira, chegando a circular, inclusive, em Nova Iorque, Londres, Paris, Lyon, Madrid, Barcelona, Sevilha, Bolonha e Catânia.
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De conteúdo didático, o Écho transcrevia artigos da Revue Spirite, páginas de O Livro dos Espíritos, e tinha por objetivo apresentar e desmistificar a visão errônea que se tinha da Doutrina Espírita. Seus pilares eram o lema da Revolução Francesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Não possuía fins lucrativos e parte das suas vendas destinava-se à causa abolicionista.
Apesar de ter formação católica, Luís Olympio via no Espiritismo uma forma de resgate do cristianismo primitivo dentro da própria Igreja Católica. Por isso, surgiram entraves e inconvenientes ao associar sua proposta com o surgimento do jornal espírita, o que causou problemas pois, à época, o Catolicismo era a religião oficial do Estado, conforme estabelecido pela Constituição brasileira de 1824.
Cedendo às pressões, o jornalista encerrou as atividades do Écho e mudou-se para o Rio de Janeiro. Porém, estavam lançadas as bases para a chegada e a sedimentação da Doutrina Espírita no “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
Afinal, 15 anos depois seria fundada no Rio de Janeiro a primeira entidade a defender e promover a divulgação do Espiritismo a nível nacional: a Federação Espírita Brasileira.