Todos estamos concordes, quanto ao imperativo de se colaborar na sustentação da paz.
A paz, no entanto, é uma construção quase sempre mais difícil que qualquer outra que se levante sobre estruturas materiais.
O próprio Jesus quando prometeu aos companheiros: “a minha paz vos dou”, ( † ) não fez semelhante afirmativa senão depois do extremo sacrifício.
Se nos propomos a contribuir na preservação da harmonia, em nosso grupo doméstico ou social, aprendamos a compreender os outros, a fim de auxiliá-los, sempre que preciso, a se ajustarem ao esquema de equilíbrio, sobre o qual as leis da vida se executam.
Tantas vezes aspiramos a alcançar a paz, exigindo-a de pessoas que, em muitas ocasiões, jazem às portas do desespero, aguardando algum gesto de simpatia, capaz de aliviá-las na tensão que as aflige.
Se queres serenidade nas criaturas queridas, procura envolvê-las em tua própria serenidade, porquanto a paz é um sentimento que se transmite, de coração para coração.
Às vezes, é indispensável renunciar à alegria própria, a fim de que se veja a alegria brilhar na face daqueles que nos compartilham a existência. Para isso, é necessário operar no câmbio da compreensão, pelo qual entregamos a outrem aquilo que careçamos receber.
Nesse sentido, frequentemente, aqueles que te pareçam ferir, em verdade, muito te amam, entretanto, provisoriamente se inclinam para estradas e tarefas que se relacionam com eles e não contigo.
Se podes entender essa realidade, estás em condições de produzir a paz.
E chegados a esse ponto de nossas experiências, penetraremos esta profunda lição da vida que resumimos aqui em poucas palavras: “a paz que se dá é a paz que se tem”.