Se abraçaste na Doutrina Espírita o roteiro da própria renovação, em toda parte és naturalmente chamado a fixar-lhe os ensinos.
Administrador, não te limitarás ao controle de patrimônios físicos, porque saberás aplicá-los no bem de todos.
Legislador, não te guardarás na galeria dos privilégios, porque humanizarás os estatutos do povo.
Juiz, não te enquistarás na autoridade de convenção, porque serás em ti mesmo a garantia do Direito correto.
Médico, não estarás circunscrito ao órgão enfermo, porque auscultarás, igualmente, a alma que sofre.
Professor, não terás nos discípulos meros associados no estudo dos números e das letras, mas verdadeiros filhos do coração.
Negociante, não farás do comércio a feira dos interesses inferiores, mas a escola da fraternidade e do auxílio.
Operário, não furtarás o tempo, no exercício da rebeldia, mas vigiarás, satisfeito, o desempenho das próprias obrigações.
Lavrador, não serás sanguessuga insaciável da terra, mas recolher-lhe-ás os produtos, ajudando-a, nobremente, a reverdecer e florir.
Seja qual for a profissão em que te situes, vives convidado a enobrecê-la com o selo de tua fé, moldada nos valores humanos, porquanto, na responsabilidade espírita, toda ação no bem precisa ultrapassar o dever para que o ato de servir se converta em amor.
Hoje e agora, onde estivermos, segundo os nossos princípios, somos constantemente induzidos a lecionar disciplinas de entendimento e conduta.
Aqui é a solidariedade, ali é a fidelidade aos compromissos, adiante é a compreensão, mais além, é a renúncia…
Aqui é o devotamento ao trabalho, ali é a paciência, adiante é o perdão incondicional, mais além é o espírito de sacrifício…
Doutrina Espírita, na essência, é universidade de redenção.
E cada um de seus profitentes ou alunos, por força da obrigação no burilamento interior, é obrigado a educar-se para educar.
É por isso que, se lhe esposaste as tarefas, seja esse ou aquele o setor de tuas atividades, estarás, cada dia, ensinando o caminho da elevação, na cadeira do exemplo.