Victor Hugo

Versão para impressãoVersão para impressão

 

Victor-Marie Hugo nasceu em Besançon, França, no dia 26 de fevereiro de 1802. Filho do Conde Joseph Léopold-Sigisbert Hugo, general de Napoleão, e Sophie Trébucher, ele passou quase toda a infância fora da França, em viagens constantes, que faziam parte da vida de seu pai.

De 1814 a 1816, fez seus estudos preparatórios no Liceu Louis le Grand. Nessa época, seus cadernos ficavam repletos de versos. Com 14 anos lia os livros de René Chateaubriand, iniciador do Romantismo francês. Dizia: "Quero ser Chateaubriand ou nada". Recusou-se a ingressar na Escola Politécnica para se dedicar à carreira literária. Em 1817, recebeu um prêmio em um concurso de poesia da Academia Francesa.

Em 1819, recebeu o "Lírio de Ouro", prêmio máximo da Academia de Jogos Florais de Toulouse, por uma Ode, ao restabelecimento da estátua do rei Henrique IV, que foi derrubada na Revolução. Nesse mesmo ano fundou, junto com os irmãos, a revista "O Conservador Literário". O primeiro ensaio publicado foi "Ode ao Gênio". Com quinze meses de vida a revista havia publicado mais de cem artigos, entre política e críticas literária, teatral e artística.

Em 1820, tem o seu talento reconhecido pelo rei Luís XVIII, que passa a lhe pagar uma pensão ao ver qualidade em sua obra “Ode Sobre a Morte do Duque de Berny”.

Em 1822, casa-se com Adèle Foucher, amiga de infância. Nesse mesmo ano publica sua primeira antologia poética "Odes e Poesias Diversas" e os poemas "Ode e Baladas, Orientais". Em 1823, publica seu primeiro romance: "Han de Islândia”. Em 1827, “Cromwell”, sucesso de público e crítica; e em 1829, publica "O Último Dia de um Condenado" e escreve a peça "Marion Delorme".

Em 1831, Victor-Hugo escreve seu grande romance histórico: “O Corcunda de Notre-Dame” e, no mesmo ano, publica “Folhas de Outono”. Em seguida, em 1833, lança "Lucrécia Borgia" e "Maria Tudor". Passa a viver com a atriz Juliette Drouet, sem se separar de Adèle. Em 1835, escreve “Cantos do Crepúsculo”, onde retrata toda a sua dor.

Em 1841, já célebre e rico, é eleito para a Academia Francesa de Letras, tendo sido a posteriori um dos maiores representantes da escola romântica, e frequenta a corte das Tulherias. Em 1848, após a revolução que depõe Luís Filipe, Victor Hugo é eleito deputado em Paris. Preocupado com a miséria do povo, funda o jornal "O Acontecimento", em que os filhos François e Charles são também redatores. Escreve artigos nos quais defende a candidatura do príncipe Luís Napoleão para a presidência da República. Eleito, Napoleão III viola a Constituição. Desiludido, Victor Hugo não aceita a política adotada por quem ajudara a eleger.

Ele, então, é perseguido ao tentar organizar a resistência à ditadura de Napoleão III e se exila por um longo período de 18 anos, a princípio na Bélgica e, posteriormente, na Ilha de Jersey, no Canal da Mancha, seguindo dali para a Ilha de Guernsey juntamente com sua esposa e filhos.

Nessa época, escreve “As Contemplações” (1856), "Os Miseráveis" (1862), e o "Homem que Ri" (1869). Retornou ao seu país em 1870; em 1876, é eleito Senador. Em 1883, morre Juliette Drouet, sua amante e companheira por 50 anos.

Victor Hugo desencarnou em Paris, no dia 22 de maio de 1885, aos 83 anos. Em seu testamento deixa cinquenta mil francos aos pobres e pede preces de todas as almas. Foi sepultado em 1º de junho no Panteão de Paris, o monumento fúnebre dos heróis nacionais.

 

CAUSAS SOCIAIS E ESPIRITISMO
 

Além de grande romancista, poeta e dramaturgo, Victor Hugo ficou conhecido pelas suas inclinações às causas sociais. Defendia a paz universal, os direitos das crianças e dos homens, a abolição da pena de morte e o progresso social. Aproximou-se da política ingressando no Parlamento Francês, defendendo a democracia como um sistema válido de governo.

Seu legado é imenso no âmbito da literatura, e seus pensamentos igualmente influenciaram filósofos e escritores modernos.

Victor Hugo aproximou-se dos estudos ocultistas e também do Espiritismo, especialmente após ter contato com as mesas girantes, no período em que ficou no exílio em Jersey, através da mediunidade da poetisa e romancista Madame Delphine Girardin, que também passava por exílio na Ilha de Jersey. Em uma das sessões com Madame Delphine, a mesa, através das pancadas, trouxe informações sobre a filha de Victor Hugo, Lèolpoldine, desencarnada em um naufrágio no rio Sena, em 1843. Após esta experiência, Victor Hugo continuou recebendo recados de sua filha, usando esta experiência concreta para desenvolver suas ideias sobre a imortalidade, sobrevivência e reencarnação.

Em 1863, Allan Kardec já reconhecia Victor Hugo como um expoente no Movimento Espírita, incluindo na Revista Espírita do mesmo ano uma carta de Hugo para o escritor, político e poeta francês Alphonse de Lamartine (1790-1869), em face da desencarnação da esposa deste.

A busca espiritual de Victor Hugo foi evidenciada por Emmanuel Godo, escritor e ensaísta atual no livro “Victor Hugo et Dieu”. No entendimento de Humberto Mariotti, em seu livro “Victor Hugo Espírita”, menciona que a qualidade espírita do escritor se depreendia da forma do seu estilo romântico que transcendeu as formas clássicas, pois a sua maneira de ver o mundo passava pelo invisível, ou seja, o fundamento imaterial do mundo físico.

Hoje, o Espírito Victor Hugo, lúcido e imortal, continua nos oferecendo a sua palavra espiritualizada, através da psicografia de vários médiuns brasileiros. Em 1923, 38 anos depois da morte do poeta francês, a médium mineira Zilda Gama psicografou, do genial escritor, as seguintes obras: “Na Sombra e na Luz” (1923); “Redenção” (1931); “Do Calvário ao Infinito” (1944); “Dor Suprema” (1945); “Almas Crucificadas”, e “O Solar de Apolo (1946)”.

Victor Hugo também manifestou-se através da mediunidade de Divaldo P. Franco, que declarou ser Zilda Gama o mesmo Espírito Lèopoldine, filha de Victor Hugo. Pela sua psicografia, o francês escreveu: “Párias em Redenção”; “Sublime Expiação”; “Do Abismo às Estrelas”; “Calvário de Libertação", e “Árdua Ascensão”.

 

Fontes:

InfoEscola

Wikipédia

FEB