Nas crises da direção

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Capítulo: 
49
Espírito(s): 

O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XVII — Item 9

O Livro dos Espíritos — Questão 876

 

É muito fácil desinteressar-nos dos aspectos menos agradáveis do serviço necessário à preservação da verdade e do bem.

Isso acontece, principalmente, quando as consequências não nos digam respeito.

Se não temos a obrigação de inspecionar as deficiências da estrada, muito de raro em raro nos incomodamos com a brecha deixada pelo aguaceiro na base de um viaduto. Não sucede, porém, o mesmo com os responsáveis, que dobrarão esforços para remover o perigo.

Assim também no cotidiano.

Queremos tranquilidade; no entanto, surgem riscos à frente.

Somos pais… e acordamos junto de filhos carentes de amparo em forma de advertência; orientamos empresas… e verificamos omissões, ante as quais o silêncio seria apoio ao desastre; exercemos funções educativas… e somos defrontados por ocorrências que comprometem a segurança da escola; administramos instituições de interesse geral… e encontramos falhas que não será lícito desdenhar com displicência, sob pena de aprovarmos a influência das trevas…

São esses os momentos mais dolorosos para os que receberam o encargo de velar por alguém ou por alguma comunidade.

Nesses trechos periclitantes do trabalho a fazer, somos frequentemente impelidos à deserção; entretanto, comandante algum é trazido a conduzir um navio a fim de abandoná-lo ao sabor das ondas, em momentos difíceis.

Que fazer, todavia, nas crises inevitáveis, quando é preciso apontar e retificar, esclarecer e definir?

Nesses duros problemas, uma solução aparece, luminosa e reconfortante: nós podemos orar.

Quando te encontres em obstáculos desse matiz, não censures os companheiros que passam despreocupados, ante as lutas com que arrostas e nem te acomodes com o mal, sob pretexto de lealdade à harmonia. Ora sempre, fiel ao bem da verdade e à verdade do bem, ainda mesmo que todas as circunstâncias te contrariem.

Através da prece, dar-te-á o Senhor a força justa com a medida adequada e a palavra precisa no rumo certo. Assim será sempre, porque, se a criatura dirige, Deus guia. Manejamos a vida, mas a vida é de Deus.