Augusto dos Anjos

Aos investigadores da Verdade

Debalde procurais a alma divina 

No acervo de bactérias e de humores, 

No banquete dos vermes gozadores 

Que o processo anatômico examina.

 

Prisioneiros do cálcio e da albumina, 

Mergulhados no pântano das dores, 

Sois, ainda, veros sofredores, 

Vencendo a noite em sombra, sangue e ruína.

 

Findo o baile macabro dos instintos, 

No cárcere trevoso dos helmintos,